2° Encontro regional Sul Americano “A Economia dos(as) Trabalhadores(as)”

20, 21 e 22 de Outubro em Montevidéu, Uruguai

2° Encontro regional Sul Americano “A Economia dos(as) Trabalhadores(as)”

Em 2007, foi convocado pela primeira vez em Buenos Aires, Argentina, o encontro Internacional "A Economia dos trabalhadores" um espaço de debate entre os trabalhadores, ativistas sociais e políticos, intelectuais e acadêmicos sobre os problemas e potencialidades do que chamamos de "A Economia dos(as) trabalhadores(as)" com base na autogestão e defesa dos direitos e interesses da população residente do seu trabalho, nas condições atuais do capitalismo globalizado. Neste encontro, as experiências de autogestão pelas pessoas e como Empresas Recuperadas, o movimento cooperativista de trabalhadores, experiências geradas pelo povo e co-gestão, economia solidária, economia popular e outras lutas para trabalhar eixos de auto-organização e autogestão da economia, esses são os eixos do debate. Uma discussão cada vez mais necessária, em que os problemas novos e antigos da classe trabalhadora, atualizados nestes tempos de hegemonia neoliberal global deve ser rediscutidos e recriados.

Assim, cinco encontros internacionais, em que foram desenvolvidas as delegações de 30 países da América, Europa, África e Oceania. As reuniões aconteceram em Buenos Aires, Argentina (2007 e 2009), Cidade do México, México (2011), João Pessoa, Brasil (2013) e Venezuela (2015).

Enquanto isso, em 2014 os encontros regionais surgem, tanto na Europa (na fábrica Recuperada francesa Fralib, Marselha) e na América Central, do Norte e América do Sul. Neste último caso, o Encontro foi na fábrica recuperada Textiles Pigué na Argetina

Desta vez, se trata de dar continuidade das experiências e dos encontros regionais, tem sido proposto o Uruguai como anfitrião do segundo encontro de “A economia dos Trabalhadores” e nas semanas seguintes se realizam o segundo encontro Euro-mediterrêneco na fábrica Vio.me, em Tessalônica, na Grecia e o segundo encontro na América do Norte, Central e do Caribe na Cidade do Mexico, no México.

 

Fundamentação

Nas últimas décadas, têm surgido nestes países e em todo o mundo muitos grupos, movimentos sociais e experiências que tenham recuperado o valor da autogestão e economia solidária como uma forma de superar a crise, a mudança social ou para construir desenvolvimento de novos formatos. Além disso, em alguns casos, verificou-se maior comprometimento da ordem pública, expressa em novas leis ou disposições constitucionais como instrumentos para promover e apoiar as várias formas de economia solidária.

No entanto, notamos que, dadas os recentes acontecimentos políticos, em particular com após a realização do V Encontro Internacional em julho de 2015 na Venezuela, este debate deve ser visto em uma nova fase, caracterizada pela recuperação do governo por projetos de direita neoliberal em vários países da América Latina, que buscam reverter um processo de conquista e de direitos conquistados a partir da luta dos (as) trabalhadores (as) e movimentos sociais, colocando inexoravelmente na agenda da reunião deste novo estado de coisas e como isso afeta as experiências autogestionárias do trabalho em particular e para a economia dos trabalhadores em geral.

A Destituição de presidentes eleitos legitimamente pelos seus cidadãos, como no caso de Dilma Rousseff no Brasil, assim como em Celaya em Honduras e Lugo no Paraguai, a vitória nas eleições legislativas da oposição de direita ao processo bolivariano na Venezuela, a ascensão ao poder de Mauricio Macri na Argentina, a assinatura do Acordo de Comércio livre Trans (TPP), que inclui o Chile e Peru e a intenção declarada dos governos da Argentina e do Brasil para trazer o MERCOSUL para a aliança e a assinatura de um TLC com a União Europeia, são circunstâncias políticas e econômicas que não estavam no horizonte como possibilidades há alguns meses atrás, estabelecendo novas realidades pretendemos analisar entre os trabalhadores e trabalhadoras sem a precarização do trabalho e investigar possíveis alternativas para o desemprego de forma autogestionárias.

É necessário também analisar o acúmulo que está sendo desenvolvido em experiências de economias populares e na economia da comunidade terras altas, assim como as implicações continentais de reestabelecer as relações diplomáticas e comerciais entre os EUA e Cuba com processos recentes de cooperativização, assim como o avanço do processo de paz na Colômbia que podem surgir várias novas oportunidades de desenvolvimento na agricultura e no setor rural e formas cooperativas da economia dos Trabalhadores.

O Encontro "A Economia dos as trabalhadores e trabalhadoras" pretende ser um espaço de contribuição para o debate contemporâneo sobre ideais de autogestão e as práticas concretas de economia solidária, suas realizações e limitações, e sua contribuição na construção de uma sociedades mais justa e sustentável; em um contexto que também deve resistir as transformações regressivas e consolidar a construção que será feita por dezenas de milhares de trabalhadores e trabalhadoras em nossa região.

É, em suma, para criar oportunidades de intercâmbio entre os próprios trabalhadores(as) e universitários(as) que nos permitam conhecer e discutir experiências e fortalecendo o vínculo e refletindo as particularidades latino-americanas, também fazendo progressos na coordenação e articulação das lutas e movimentos a nível regional e internacional.

Para o II Encontro Sul Americano

Em virtude de já ter sido discutidos e propostos pelos diferentes grupos do Uruguai, fomentado no centro de formação/documentação de processos autogestionarios, Rede Temática de Economia Solidária Social e Núcleo-Red, pensamento crítico e sujeitos coletivos na América Latina - Universidade da República (UdelaR), Associação Nacional de Empresas recuperadas por seus Trabalhadores (ANERT), Federação das Cooperativas de Produção do Uruguai (FCPU), Federação Nacional das Cooperativas de Habitação Ajuda mútua (FUCVAM), Coordenação Nacional de Economia Solidária (CNES), Instituto Cuesta Duarte, Espaço de Autogestão do PIT-CNT e sugestões e propostas feitas a respeito deste no âmbito do Segundo Seminário da Rede Latino-americana de pesquisadores e trabalhadores de Empresas Recuperados e cooperativas, que formam a maior parte do comité organizador internacional do encontro e se propõem a algumas linhas de debate, que visam orientar e facilitar a programação e fazer a convocação são propostas:

Temas:

1. Re-estruturação econômica, ciclos de luta e horizontes utópicos para a autogestão e cooperativismo no contexto político latino-americano atual.

2. Estados Latino Americanos e políticas públicas para a economia dos trabalhadores e trabalhadoras.

3. Os Desafios para os sindicatos e as organizações dos trabalhadores(as) na defesa dos seus direitos e na construção de plataformas comuns.

4. Tensão e Autogestão: contradições e desafios: Formação e auto-desenvolvimento, produção e comercialização, Inovação sócio-técnica, produção e reprodução para a vida e organização democrática.

5. Precarização e informalização do trabalho: exclusão, inclusão ou reformulação das formas de trabalho no capitalismo global?

Infraestrutura

O Comitê Organizador Local definiu os locais onde o encontro será realizado para cada dia de trabalho, sendo :

  • Quinta-feira: Centro de Desenvolvimento Econômico Local de Carrasco Norte (Cedel)

  • Sexta-feira: Parque Tecnológico Industrial do Cerro (PTI)

  • Sábado: Central Sindical e Universidade (PITCNT / UDELAR)

Metodologia do Encontro:

Ao longo dos encontros internacionais e regionais se desenvolveu uma metodologia de discussão e coordenação que é organizado em diferentes instâncias com a finalidade de facilitar a participação e discussão mais profunda dos eixos acima detalhados. Os eixos têm como objetivo organizar o debate, mas não limitar as possibilidades dos temas estritamente explicitados. Os diferentes níveis de discussão são: mesas selecionadas pela comissão organizadora local e expositores internacionais; mesas de trabalho com papeis e outros insumos para a abordagem de temas especiais e comissões de trabalho. Além disso, também contará com alguns espaços de atividades culturais para promover a troca de forma menos estruturada.

1. Mesas expositivas: As mesas são selecionados a partir da organização de acordo com os temas. Elas são organizadas a partir dos eixos e envolve a combinação de expositores nacionais e internacionais, trabalhadores manuais e intelectuais, de acordo com o caso. Eles servem como provocadores para o debate. Em cada mesa há um tempo para exposições e em caso de dúvidas ou intervenções dos participantes. As mesas estão no espaço central e não se sobrepõem a outras atividades.

2. Mesas de trabalho: são organizadas por eixos e são simultâneas. As mesas são agrupadas por temáticas e as apresentações e exposições dos trabalhadores e trabalhadoras sobre suas experiências (sem necessidsde de algo escrito, mas um breve resumo do conteúdo). Haverá também workshops e grupos de discussão sobre temas especiais propostos por alguns dos organizações participantes ou da comissão organizadora. Além disso, poderão ser utilizados outros meios para o debate como ferramentas audiovisuais.

3. Comissões de trabalho: são espaços abertos para discussão sem expositores predeterminados sobre os eixos temáticos do encontro. Eles se alimentam de conteúdo expostos em palestras e mesas de trabalho.

Cronograma:

Submissão de resumos e propostas audiovisuais: até 15 de Setembro de 2016.

Será necessário esclarecer o tema principal.

Contato: autogestion.centro@gmail.com

Faculdade de Ciências Sociais / Departamento de Sociologia da 519 / Martinez Trueba 1502/11200 Montevideo, Uruguai.

Comitê Organizador Local:

A comissão organizadora é composto por representantes de organizações que fazem o processo do centro de treinamento/documentação autogestionários, sendo: Rede Temática de economia social e solidária na Universidade da República (UDELAR), Associação Nacional de Empresas Recuperadas por seus Trabalhadores (ANERT), Federação das Cooperativas de Produção do Uruguai (FCPU) Instituto Cuesta Duarte, espaço de autogestão e plenária Intersindical de Trabalhadores - Convenção Nacional de Trabalhadores (PIT-CNT), Federação Uruguaia de Cooperativas de Habitação e Assistência Mútua (FUCVAM) Coordenação Nacional de Economia Solidária (CNES)

Estará sob sua responsabilidade a definição de detalhes operacionais, temáticos e acadêmicos do encontro, assim como a solução de problemas de logística e organização.

Comissão Organizadora Regional:

Argentina: Programa faculdade aberta, SEUBE, Faculdade de Filosofia e Letras do Programa Universidade de Buenos Aires (UBA); Sexo vermelho e Solidariedade Economia Social; rede De pesquisadores(as) Latino americanos de Empresas recuperado e Cooperativas Trabalhadores(as) (Programa Cooperativismo e Economia Social da Universidade) Federação de autogestão, Cooperativismo e trabalho (ACTRA); Federação Argentina de Cooperativas de trabalhadores Autogestionados (FACTA); Cooperativa Têxteis Pigüé; Instituto de Ciências Antropológicas -UBA-FFyL; cooperativa BAUEN; grupo Alavío; Cadeira Livre de Fábricas Recuperadas-Universidade Nacional de la Plata-Argentina; Carreira de relações do trabalho, Universidade National Arturo Jauretche (UNAJ); casa de Trabalhadores de Córdoba; e Universidade de Córdoba

Brasil: Rede de Tecnologia para a Inclusão Social do Brasil: INCUBES- Universidade Federal da Paraíba, núcleo de Solidariedade técnica (SOLTEC) Incubadora Tecnologia de cooperativas populares (ITCP)- Universidade Federal do Rio de Janeiro; fábrica ocupada Flasko; grupo de pesquisa Organizações e Democracia (UNESP - Marília)

Venezuela: Movimento pelo controle dos Trabalhadores- Venezuela; Movimento popular dos Trabalhadores UNIOS (Venezuela).

Colômbia: COPRAN (Corporación Proyección Andina) e Rede de Cooperativas.

Chile: Cooperativa de energia elétrica.

México: Área de estudos de Trabalho do Departamento de Relações Sociais da Universidade Autônoma Metropolitana- Xochimilco.

 

Estará sob responsabilidade a Co-organização do Encontro e Realizará as convocatórias internacionais.

Tradução: Andrielle Miranda (GPERT/PEGADAS/UFRN)

Revisão: Thiago Nogueira (GPERT/UFVJM)

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